Óleos

    Prazos de troca e escolha do óleo:

    No Brasil, normalmente se usa a norma SAE para viscosidade e a classificação API para a qualidade do óleo, se o seu carro pede um óleo SAE 20W50 SH, você pode usar qualquer óleo com tal classificação. A viscosidade não pode ser alterada (20W50), a não ser que no manual sejam indicadas duas viscosidades diferentes. Já a classificação API pode ser alterada, desde que se altere para uma classificação mais nova. Neste caso se pode usar o SH, SJ ou o SL, preferencialmente o SL que só trará benefícios ao motor. Quanto ao uso de óleo mineral, sintético ou semi-sintético, assunto muito polêmico, porém ao meu ver óleos de mesma classificação API têm a mesma qualidade, sejam minerais ou sintéticos (ou a classificação API é furada...), a diferença é que se o petróleo acabar só restarão os óleos sintéticos. Eu não vejo porque usar óleo sintético ao invés do mineral, dizem que o sintético dura duas vezes mais, mesmo que durasse ele custa três vezes mais... O que deve ser feito é usar o óleo de viscosidade e classificação corretas, troca de óleo nos períodos certos, observando os casos de solicitação severa: Percursos abaixo de 10km, constantes engarrafamentos, estradas poeirentas, sempre em rotações altas, gasolina adulterada. Nos quais o período de troca deve ser reduzido pela metade. No meu caso como o manual estipula a troca do óleo a cada 10000km, porém uso o carro em percursos abaixo de 10 km, e muito provavelmente com gasolina adulterada (muito comum no Brasil), portanto troco o óleo a cada 5000 km. Não esqueça de sempre trocar o filtro de óleo (por mais que no manual estipule uma troca de filtro a cada duas trocas de óleo), pois o filtro perde a capacidade de filtrar com o tempo, além de misturar óleo velho (normalmente 0,5 l do filtro), com o óleo do cárter (normalmente 4 l). Isso sem contar com o risco de mudar a marca do óleo e misturar óleos com aditivos incompatíveis, a troca do filtro implica em pouco gasto a mais. Porém o motor agradece. 
    Para o fluido de freio pode-se usar DOT4 se o manual pede DOT3. Já para a direção hidráulica, normalmente não é estipulado o período de troca, porém, a cada 50000 km é bom trocá-lo para retirar sujeira e umidade do sistema, normalmente se usa a classificação DEXRON II - D. Quanto à caixa de marcha, consulte o manual do proprietário para saber a viscosidade do óleo (nunca a mude) e o período de troca (em geral 50000km). 
   
 
    Detalhes técnicos:
 
    Para óleos lubrificantes, dois itens devem ser considerados:A viscosidade e o nível de desempenho. Tais características são explicadas abaixo. Consulte o manual do veículo caso tenha dúvidas de que óleo usar.

    Viscosidade:

    A viscosidade é uma das mais importantes propriedades de um óleo lubrificante. Pode ser definida como a resistência ao movimento que um fluido apresenta a uma dada temperatura.
    Óleos lubrificantes podem ser classificados em função do grau de viscosidade, sendo os mais utilizados:

    ISO:

    A ISO ( International Standards Organization ) criou um sistema que classifica os óleos de acordo com a sua viscosidade na unidade de medida centistokes ( cSt ) à 40 °C. Os valores variam de 2 a 1500 cSt e na tabela, o mesmo número do grau é correlacionado com o valor da sua viscosidade, com tolerância de 10% para mais ou para menos. Exemplo: Um óleo ISO VG 100 ou simplesmente ISO 100 terá um valor de viscosidade à 40 °C entre 90 e 110 cSt.
    Obs: VG significa Viscosity Grade ( grau de viscosidade )

    A classificação ISO é normalmente utilizada para óleos industriais.

    SAE para óleos de motores:

    A SAE ( Society of Automotive Engineers ) desenvolveu um sistema de classificação baseado nas medições de viscosidade. Para óleos de motores, este sistema estabeleceu 11 tipos de classificações ou graus de viscosidade: SAE 0W, 5W, 10W, 15W, 20W, 25W, 20, 30, 40, 50 e 60. O "W"que se segue ao grau de viscosidade SAE significa inverno (winter) e indica que um óleo é adequado para uso em temperaturas mais frias. Os óleos que tem a designação W devem ter o valor de viscosidade adequado quando medidos nas temperaturas baixas. As classificações SAE que não incluem o W definem graduações de óleo para uso em temperaturas mais altas. A viscosidade desses óleos SAE 20, 30 40 e 50 devem ter o valor adequado quando medidos a 100°C.
    O desenvolvimento dos melhoradores de índice de viscosidade possibilitou a fabricação dos óleos de múltipla graduação e de primeira qualidade, este tipo é também conhecido como óleo multigrau. Esses óleos, SAE 20W40, 20W50, 5W40 são largamente usados, porque ao dar partida no motor, o óleo está frio. Nesta temperatura ele deve ser "fino" o suficiente para fluir bem e alcançar todas as partes do motor. Já em altas temperaturas, ele deve ter a viscosidade adequada para manter a película protetora entre as partes metálicas, garantindo a lubrificação adequada á temperatura de trabalho do motor.
    Os óleos multigraus podem ser usados em uma gama maior de temperaturas do que os óleos monograu. Suas características de temperatura/viscosidade proporcionam partida e bombeio fáceis em baixas temperaturas, todavia, eles são viscosos o bastante em altas temperaturas, para lubrificar como os óleos monogramas.
    Por exemplo, os óleos 20W40 são formulados para cumprir os requisitos de viscosidade em baixa temperatura de um óleo monograu SAE 20W e os requisitos de viscosidade em alta temperatura de um óleo monograu SAE 40.
    Os óleos classificados como SAE sem a designação W tem suas viscosidades medidas em 100°C para assegurar viscosidade adequada em temperaturas operacionais normais do motor.

    SAE para óleos de engrenagens:

    Este sistema tem função equivalente ao sistema para óleos de motor e estabelece 07 tipos de classificações ou graus de viscosidade: SAE 70W, 75W, 80W, 85W. O "W" que se segue ao grau de viscosidade SAE significa inverno (winter) e indica que um óleo é adequado para uso em temperaturas mais frias. Os óleos que tem a designação W devem ter o valor de viscosidade adequado quando medidos nas temperaturas baixas. As classificações SAE que não incluem o W definem graduações de óleo para uso em temperaturas mais altas. A viscosidade desses óleos são SAE 90, 140 e 250 e devem ter o valor adequado quando medidos a 100°C.
Esta classificação se aplica normalmente a transmissões mecânicas e diferenciais de veículos leves e pesados.

    Nível de Desempenho:

    Os óleos de motores são classificados de acordo com a API ( American Petroleum Institute ) para nível de desempenho e de acordo com o grau SAE para viscosidade.
    A classificação API é uma classificação de desempenho de óleos, americana, que é utilizada mundialmente pelos fabricantes de motores.
    O sistema de classificação de óleos da API (American Petroleum Institute) permite que os óleos sejam definidos com base na suas características de desempenho e no tipo de serviço ao qual se destina. Este sistema permite o acréscimo de novas categorias a medida que os projetos dos motores mudam e se exige mais do óleo do motor. A evolução das letras do alfabeto significam óleos de melhor qualidade/desempenho.
    A classificação para motores a gasolina que leva a letra S (que e de Service Station - ou posto de gasolina em inglês ) seguida de outra letra que determina a evolução do óleos. Esta classificação e de fácil entendimento já que a evolução das letras significa a evolução da qualidade dos óleos. Os óleos são classificados então como SA, SB ,SC ,SE,SF,SG,SH, SJ e o mais novo e avançado SL.
    A classificação mais recente é a API SL que é superior a API SJ, logo os óleos com classificação API SL são óleos de melhor desempenho que os óleos de classificação API SJ. Ou seja, os óleos SL passam por todos os testes que um óleo API SJ passa e por mais alguns que os óleos API SJ não passam. Logo, quando e recomendado um óleo com classificação SJ poderá ser usado um óleo SL, porem o contrário não e permitido.

    A maioria dos óleos atuais pode ser usado tanto em motores gasolina quanto álcool ou GNV (Gás Natural Veicular), porém motores de ciclo Diesel usam óleos específicos.
    Para motores a gasolina, existe ainda uma classificação realizada pela ACEA - Associação Européia de Fabricantes de Veículos (antigamente denominada CCMC), que define diversos níveis de desempenho, tais como: A1, A2 e A3.
    Para motores a gasolina do tipo 2 tempos, normalmente utilizados em motos, ciclomotores, karts, motosserras e similares, a classificação da API abrange três níveis de desempenho: API TA, TB e TC, onde o TC é a mais avançada no momento. Para motores de 2 tempos a gasolina, existe ainda uma classificação da indústria japonesa chamada JASO, que define outros três níveis de desempenho : JASO FA, FB e FC, que de forma análoga à API, tem o nível JASO FC como o mais atual.
    Para motores marítimos de 2 tempos refrigerados a água utilizados em lanchas - tipo Outboard (fora de borda), existe uma classificação definida pela NMMA - National Marine Manufacturers Association : TC-W, TC-W 2 e TC-W3. Em 1994, ocorreu uma recertificação dos produtos classificados, gerando o atual nível TC-W3 recertificado, que é o mais avançado do mercado.
    A classificação para motores diesel já e bem mais complexa. A classificação tem a letra C (de comercial ) seguida da letra (ou letra e numero) que determina a evolução dos óleos. Esta classificação é simples somente até a classificação CD, pois segue a evolução das letras do alfabeto: CA,CB,CC e CD . A partir dai, ha uma separação da categoria em três grandes ramos.
Os óleos atualmente produzidos podem atender a especificação de cada ramo de uma forma independente.
    O ramo dos óleos para motores diesel 2 tempos (praticamente só motores Detroit ) tem a partir da categoria CD duas evoluções: a categoria CD-II e outra mais recente CF-2.

    O ramo dos óleos para motores 4 tempos para veículos operando com diesel de teor de enxofre maior que 0.5 % que só teve uma evolução . A categoria CF que sucede a CD para esta aplicação especifica.
    O ramo dos óleos para motores 4 tempos para veículos operando com diesel com teor de enxofre menor que 0.5% já teve 4 evoluções : CE , CF-4 , CG-4 e CH-4.
    De qualquer forma é recomendado sempre seguir a indicação do fabricante. Assim se um há uma especificação de se utilizar no mínimo um CF-4 se pode utilizar um CG-4 e não se pode utilizar um CE.
    Para motores diesel, existe ainda uma classificação realizada pela ACEA - Associação Européia de Fabricantes de Veículos ( antigamente denominada CCMC ), que define diversos níveis de desempenho, tais como: B1,B2, B3 e B4 ( motores de automóveis ) ; E1,E2,E3 e E4 ( motores de caminhões / ônibus ) . Esta classificação é normalmente exigida pelos fabricantes de motores diesel de origem européia, tais como Mercedes Benz, Volvo, Scania, etc...
    A Mercedes Benz possui ainda um critério de classificação de desempenho compatível com a da ACEA, sendo que os níveis atualmente variam de: MB 228.0 a 228.3.
    
Observação
Essas informações foram colhidas na TEXACO.



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